12.16.2008

Enviado por Angelina (Escrevivente)

“Depois de imenso combate, Zeus venceu todos os seus adversários. Ele dividiu o universo com seus irmãos, dando o mar a Posídon e o mundo dos mortos a Hades. Mas a vitória do novo soberano dos deuses nunca deveria ser esquecida. Zeus procura Mnemósine, a encarnação da memória, na distante Piéria. Lá a fecunda por nove noites seguidas. Dessa união nasceu as nove musas, segundo Hesíodo. As nove irmãs, conforme o poeta, são toda a criação possível. EUTERPE traz inspiração aos homens pela música; TÁLIA, preside a comédia, em oposição à severa MELPÔMENE, musa da tragédia. TERPSÍCORE é a mais alegre e traduz a dança; ÉRATO traz consigo a poesia erótica e lírica. POLÍMNIA está próxima a quem deseja fazer discursos e ditirambos, pois é a musa da retórica. URÂNIA torna-se inspiradora da astronomia e das ciências em geral e a bela CALÍOPE é a encarnação da sabedoria épica. A outra filha do casal divino é CLIO, a musa da história. A História nasce da memória e da relação entre o poder e a vontade de narrar seus feitos. No mito grego estão expostas as formas básicas da relação da Memória e História. A Memória é anterior ao fazer histórico, preexiste a ele e a ele sobrevive. A Memória nasce da necessidade de registrar o notável, de estabelecer a recordação do belo, do bom e também do terrível e do trágico. ... Para os mesmos gregos, recordar é próprio do ser humano.”
Extraído do livro “A Escrita da Memória” – Instituto Cultural Banco Santos – pág. 25

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